Solução tecnológica que permite prever cheias tem o apoio da Águas de Coimbra

O Museu da Água, da empresa municipal Águas de Coimbra, foi o cenário escolhido para a apresentação do projeto Rio Mondego.


Concebido por uma startup de Coimbra, o projeto consiste numa solução tecnológica que permite monitorizar o caudal do rio através de sensores IoT (Internet of Things), instalados em cinco pontos diferentes, de forma a obterem informação sobre o nível das águas.

O mote para se criar esta solução surgiu há precisamente um ano, depois de uma das piores cheia verificadas em Coimbra.

O Mondego é o quinto maior rio português e sabe-se que é propenso a cheias, havendo registo das mesmas desde o século XIV. As causas são, na maioria das vezes, precipitação intensa, assoreamento natural do rio e danos causados por incêndios florestais. Quando acontecem provocam, por norma, estragos irreparáveis. Só no ano passado, por exemplo, estima-se que os prejuízos tenham rondado os 2,5 milhões de euros.

Numa altura em que as tecnologias de última geração assumem um papel cada vez mais predominante no desenvolvimento da sociedade, contribuindo para melhorar significativamente a vida das populações, bem como o seu dia a dia nas cidades, são várias as soluções de smart cities que têm permitido minimizar os estragos de incidentes naturais.

O dispositivo IoT criado pelo projeto Rio Mondego é, por isso, uma mais valia nas regiões mais fustigadas por este tipo de situações.

Desenvolvido no Vodafone Power Lab, por três estudantes do departamento de Engenharia Eletrotécnica e Computadores, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, a solução utiliza a rede de dados móvel de última geração da Vodafone, permitindo monitorizar o caudal do rio e enviar, em tempo real para um serviço em cloud, informação sobre o nível das águas e as suas flutuações.

Essa leitura é feita com recurso a um sensor ultrassónico, equivalente à tecnologia usada nos sensores de estacionamento dos automóveis.

Com base nos dados recebidos, o comportamento do rio é analisado através de inteligência artificial e, à medida que se vai acumulando informação sobre o nível das águas, torna-se mais fácil prever com antecedência a probabilidade de cheias, bem como identificar os fatores que mais influenciam a sua ocorrência.

Os dados vão ficar automaticamente disponíveis para consulta em www.riomondego.com. Além disso, estes elementos vão ficar permanente visíveis nos écrans LCD que existem no Museu da Água de Coimbra.

Presente nesta sessão, o administrador da Águas de Coimbra, José Ferreira Nunes, sublinhou a relevância desta solução tecnológica e a pertinência de se instalar o protótipo no Museu da Água, junto ao rio Mondego, enaltecendo o espírito empreendedor dos estudantes da FCTUC.